Definir o preço do seu trabalho como assessor administrativo home office pode ser um grande desafio, principalmente para quem está começando. Cobrar barato demais pode desvalorizar seu serviço e comprometer sua sustentabilidade financeira, enquanto preços elevados sem justificativa podem afastar clientes. Então, como encontrar o equilíbrio certo?
Neste artigo, vamos explorar as melhores estratégias para definir um valor justo e competitivo pelo seu serviço. Vamos considerar custos, margens de lucro, tempo dedicado e o valor entregue ao cliente.
1. Entenda seus custos e defina um salário-base
O primeiro passo para precificar seu serviço é entender os custos envolvidos e determinar quanto você deseja ganhar. Para isso, siga os seguintes passos:
- Defina seu salário desejado: Suponha que você queira ganhar R$ 4.000 por mês.
- Liste seus custos fixos e variáveis:
- Internet: R$ 150
- Software (Pacote Office, ferramentas de gestão, etc.): R$ 100
- Impostos e encargos: Aproximadamente 10% do faturamento
- Outras despesas operacionais: R$ 200
- Total de custos: R$ 450
- Calcule sua necessidade de faturamento:
Se você deseja uma margem de lucro de 20%, seu faturamento ideal deve ser:
R$ 4.450 / (1 – 0,20) = R$ 5.563
Agora que sabemos o quanto precisamos faturar, podemos calcular o valor a ser cobrado pelos serviços. Isso significa que você vai distribuir o resultado do cálculo acima pela quantidade de contratos que você pode atender. Por exemplo: você pode ter 3 clientes cobrando de cada um R$ 1.854,00 mensais em média.
É claro que isso é penas um exemplo. Você certamente terá clientes com necessidades diferentes com tickets maiores ou menores. O importante é você chegar a um entendimento de como criar o preço e adaptar esse conhecimento a cada realidade chegando ao seu objetivo de ganhos.
2. Escolha um modelo de precificação
Existem diferentes formas de cobrar pelos seus serviços de assessoria administrativa home office. Escolher o modelo certo pode fazer toda a diferença no seu faturamento e na retenção de clientes.
A) Cobrança por hora
Nesse modelo, você define um valor para cada hora trabalhada. Para calcular seu valor-hora:
Valor-hora = Necessidade de faturamento/Horas trabalhadas por mês
Se você pretende trabalhar 160 horas por mês (40h por semana):
R$ 5.563 / 160 = R$ 34,77 por hora
Você pode arredondar para R$ 35 por hora, garantindo uma margem para eventuais imprevistos.
Trocando em miúdos, se um cliente de contrata para entregar uma planilha de previsão orçamentária, você vai determinar quantas horas levará para concluir esse trabalho. Serão necessárias 4 horas? Então o valor cobrado pelo seu serviço será de R$ 140,00.
Pode parecer muito barato, mas pense que o exemplo acima é uma pequena função. Normalmente, um cliente fecha um pacote contendo muitas outras atribuições nas quais você agregar mais valor e concluir em menos tempo do que o estimado.
B) Cobrança por demanda
Aqui, você precifica serviços específicos. Exemplo:
- Emissão de boletos e conciliação bancária: R$ 500/mês
- Controle de contas a pagar e a receber: R$ 700/mês
- Atendimento ao cliente e suporte administrativo: R$ 1.200/mês
Esse modelo é interessante para clientes que precisam de serviços pontuais e permite que você escale o faturamento com mais previsibilidade. Essa modalidade traz mais consistência ao seu caixa. A combinação dessa modalidade com as demais pode ser um fator de elevação dos seus ganhos.
C) Planos mensais (assinatura)
A ideia aqui é criar pacotes mensais que podem garantir receita recorrente. Exemplo:

Planos são ideais para fidelizar clientes e evitar flutuações na renda.
3. Avalie o mercado e ajuste sua precificação
Além dos cálculos internos, é essencial analisar o mercado. Pesquise concorrentes para entender a média de preços praticados. Você pode se posicionar de três formas:
- Preço abaixo do mercado – Atrai clientes rapidamente, mas pode desvalorizar seu serviço.
- Preço na média do mercado – Opção segura para se manter competitivo.
- Preço acima do mercado – Justificado por maior qualidade, experiência ou diferenciais exclusivos.
Como o serviço de terceirização de processos de trabalho não é algo tão amplo ainda, talvez você encontre alguma dificuldade em fazer pesquisas de preço. Uma opção é pesquisar pelo valor de salário pago a funcionários que executem as tarefas administrativas/financeiras. Uma vez que o funcionário custa mais que o dobro do seu salário para a empresa contratante, se você cobrar pelo seu contrato o valor 10% abaixo da média de salário do mercado já terá uma proposta bastante atrativa para a empresa que te contratar.
Além disso, você pode considerar uma pesquisa nos sites de contratação freelancer. Neste caso, os valores podem variar mais, mas já é um começo pra você ter uma base. Considero a opção pela pesquisa salarial melhor.
Também é importante estar atento ao perfil do seu cliente. Pequenas empresas costumam ter um orçamento mais limitado, enquanto médias e grandes empresas podem pagar mais por um serviço personalizado.
Definir o preço do seu trabalho como assessor administrativo remoto exige planejamento e estratégia. Comece entendendo seus custos, escolha um modelo de precificação adequado e esteja sempre atento ao mercado.
Lembre-se: seu preço deve refletir o valor que você entrega ao cliente. Um serviço de qualidade, que otimiza a gestão e traz resultados, justifica um preço justo e competitivo.
Algo que vale a pena ressaltar é o quanto esse tipo de negócio requer um investimento baixo, e que pode ser ainda menor que o exemplo citado neste artigo! Para abrir qualquer pequena loja o empreendedor precisa no mínimo de 150 mil reais. São gastos com aluguel, estoque, capital de giro, contratação, taxas de abertura de empresa, contador e muitas outras despesas. Com a prestação de serviços administrativos home office você tem um custo infinitamente menor e já começa seu negócio faturando!
Agora que você sabe como precificar seus serviços, está pronto para cobrar com confiança e crescer no mercado!